EBH004 – Bem aventurados os aflitos porque serão consolados (parte 2)
Usemos a nossa prece mais como agradecimento. Colocando nosso poder mental nas mãos dos guias e dirigentes do planeta para que eles distribuam conforme as necessidades que julgam mais prementes. Limpar nossa mente de toda a forma preconcebida de pensamento e colocar-se a disposição dos desígnios maiores. Aí está uma das melhores formas de prece.
É justamente porque Deus resume todos os atributos que se possa citar é que estamos passando por todas estas provas e sofrimentos. Na parábola do Cristo, acima, podemos observar que o senhor (representando Deus), distribui os talentos da forma como entendia as capacidades de cada um de seus servos. Sabia o primeiro ser mais capaz que os outros dois e o último ser totalmente incapaz de gerir suas riquezas (representando as capacidades humanas, os dons amealhados durante nossas inúmeras existências e que somadas representam a nossa potencialidade atual). Aí está um dos motivos porque um é mais rico que o outro, o outro mais sábio que este e assim por diante.
Recebemos todos os talentos de que precisamos para desenvolver-nos na dimensão exata das nossas capacidades. Quanto mais tivermos utilizados nossas capacidades, mais receberemos, porque nosso esforço foi maior. Assim, como na parábola, o que tinha produzido dez talentos, recebeu mais um como prêmio de seu esforço e dedicação ao seu senhor. Estas aquisições nós levaremos para as próximas encarnações, que farão a bagagem donde reiniciaremos mais uma caminhada.
Um novo recomeço. Exemplificando: Deus não seria justo se desse a Hitler e a Joana D’Arc, na próxima existência vidas semelhantes, onde os dois passariam pelos mesmos- problemas, dores e sofrimentos. É justo que Hitler tenha que pagar pelo seu barbarismo, pelo sofrimento causado a milhões de pessoas. Situação em que Joana D’Arc não poderia enquadrar-se.
Embora haja uma multiplicidade de leis estabelecidas por Deus, para reger o universo, duas que conhecemos, representam a maior incidência nas relações; visível e invisível, matéria e espírito. A primeira é a LEI DA CAUSA E EFEITO a Segunda é a LEI DO LIVRE ARBÍTRIO.
A primeira também chamada de Lei da Ação e Reação, que consiste em: “A todo o ato há uma resposta com outro ato na mesma intensidade e em sentido contrário”. Exemplificando: Se atirarmos uma pedra para cima, ela fatalmente cairá e com a mesma força que a impulsionou, somente em sentido contrário.
Esta lei poderá ser melhor compreendida se utilizarmos uma expressão conhecida como lei de Talião, que determinava: “olho por olho, dente por dente” ou também “quem com o ferro fere, com o ferro será ferido” expressão utilizada por Jesus no Horto das Oliveiras, quando manda a Pedro que guarde sua espada.
A primeira mão poderá parecer um pouco estranho que Deus o suprassumo do amor, do perdão, da paciência e da resignação, utilize estas leis, que se poderia dizer sanguinárias. Não, se formos ao fundo da questão, se estudarmos um pouco, poderemos ver que tudo está correto. Deus estabeleceu as leis que regem o universo; valendo tanto para o micro como para o macro universo. O rompimento destas leis é que exige uma ação contrária na mesma intensidade.
Embora este ajuste nem sempre é feito no mesmo fato causador. Por exemplo: uma mulher que em vidas passadas praticou vários abortos poderá na próxima existência em vez de ter cinco, dez ou quinze filhos naturais, dedicar-se a cuidar única e exclusivamente de crianças. Outro, que tenha ferido mortalmente alguém em seu corpo ou em seus sentimentos, hoje poderá tê-lo como filho ou irmão.
Através desta lei, podemos ver que Deus não castiga ninguém. Pelo contrário está sempre pronto a nos ajudar, embora como vimos na estória acima, não tenhamos a capacidade de reconhecer a ajuda que recebemos. Nunca esqueçamos, Deus é nosso Pai, não padrasto. As nossas dores e sofrimentos são única e exclusivamente resultado do nosso desajuste diante da Lei de Causa e Efeito, e outras que embora não as conheçamos, nem por isso deixam de exercer sua consequência sobre os nossos atos.
O LIVRE ARBÍTRIO, em outras palavras é a conquista de nossa capacidade de discernir entre o bem e o mal. É a nossa liberdade de fazer ou deixar de fazer alguma coisa, com a responsabilidade imposta pela Lei da Causa e Efeito. Se praticarmos atos bons, teremos como causa o bem e como efeito o merecimento. Tal como na Parábola dos Talentos. O que recebeu dez é porque geriu bem o dinheiro de seu senhor e por merecimento recebeu outro. Da mesma forma o que pratica um ato mau, terá como causa o mal e como efeito o castigo por ter infringido a Lei Divina.
Para entendermos melhor toda a problemática que nos aflige, é necessário que aceitemos como fundamental a tese das vidas anteriores. Aí é que residem todas ou quase todas as causas dos atuais sofrimentos. Aí é que se emquadra a Justiça Divina. Dá-nos tantas possibilidades quantas necessárias para passarmos de Hitler a Joana D’Arc.
A todos Deus criou simples e ignorantes. A todos tem dado o mesmo ponto de partida e as mesmas oportunidades de progresso (mesma quantidade de talentos) de acordo com o progresso e a capacidade de cada um. Deixando-nos a livre escolha do caminho que queiramos seguir. Caminho este que irá condicionar o nosso futuro (futuras encarnações).
A Lei da Causa e Efeito irá sempre prevalecer, quer queiramos ou não, quer aceitemos ou não, quer conheçamos ou não. Deus não necessita de nosso aval para gerir os destinos do universo. O rompimento das Leis da Harmonia Universal exige reparação. Isto está resumido nas palavras de Jesus: “Em verdade eu vos digo, passará o céu e a terra, antes que desapareça um jota, um traço da lei. Aquele que violar um destes Mandamentos e ensinar assim aos homens, (Jesus se referia aos Mandamentos deixados por Moisés) será declarado o menor no reino dos céus. Mas aquele que os guardar e ensinar será declarado grande no reino dos céus”. (Mateus 5 17-19).
Nossos desajustes terão que ser ajustados. Nossos desamores terão que ser amados. Nossas imperfeições terão que ser lapidadas até que surja o diamante precioso que somos depois de tiradas todas as imperfeições e mazelas adquiridas durante a nossa caminhada por milhares de em-carnações. Daí surgindo o homem novo, no dizer de Jesus: “Vós sois deuses” (João 10 34, Salmos 81 6), isto é temos em nós o princípio divino, o que precisamos e perseguir este objetivo até alcançarmos à perfeição.
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