Blog do Miguel Faccio

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EBH003 – Bem aventurados os aflitos porque serão consolados (parte 1)

(Mateus 5,4).

Temos nestas palavras de Jesus, a esperança de que nossos sofrimentos terão sua recompensa. Mas, há, de aqui fazermos uma reflexão necessária. Todos nós sofremos, pois a terra ainda é um planeta de provas e expiações.

Por mais abastado ou mais paupérrimo que alguém possa ser sempre haverá algum problema que o aflige. Todos os que vemos bem vestidos, com o exterior demonstrando alegria, quase sempre no fundo de seus olhos escondem grandes tristezas e sofrimentos. Isto facilmente leva a pessoa a blasfemar contra Deus, taxando-o de injusto, de mesquinho de outras coisas mais.

De uma coisa, temos que ter certeza: Todas as religiões pregam a Bondade, a Sabedoria e a misericórdia infinitas de Deus. É disso que temos que imbuir os nossos corações. Temos que racionalmente, ainda que nos pareça difícil ou impossível, admitir que Deus é justo, como disse Jesus: “dá a cada um segundo suas obras”(Lucas 19 11-28 e Mateus 25 14-30), na parábola dos talentos, conforme podemos relembrar abaixo: “O reino dos céus será também como um homem que, tendo de viajar, reuniu seus servos e confiou-lhes seus bens. A um deu cinco talentos, a outro dois e ao outro um, segundo a capacidade de cada um. Depois partiu. Logo em seguida, o que recebeu cinco talentos negociou com eles, fê-los produzir, e ganhou outros cinco. Do mesmo modo, o que recebeu dois, ganhou outros dois. Mas, o que recebeu apenas um, foi cavar a terra e escondeu o dinheiro do seu senhor. Muito tempo depois, o senhor daqueles servos voltou e pediu-lhes contas. O que recebeu cinco talentos, aproximou-se e apresentou outros cindo: “Senhor, disse-lhe, confiaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco que ganhei”. Disse-lhe seu senhor: “Muito bem, servo bom e fiel, já que foste fiel no pouco, eu te confiarei muito. “Vem regozija-te com teu senhor”. O que recebeu dois talentos adiantou-se também e disse: “Senhor, confiaste-me dois talentos; eis aqui dois outros que lucrei”. Disse-lhe o seu senhor: “Muito bem, servo bom e fiel, já que foste fiel no pouco eu te confiarei muito. “Vem regozija-te com teu senhor”. Veio também o que recebeu só um talento: “Senhor, disse-lhe, sabia que é um homem duro, que colhes onde não espalhaste”. Por isso, tive medo e fui esconder teu talento na terra. “Eis aqui, toma o que te pertence” Respondeu-lhe o senhor. “Servo mau e preguiçoso”! Sabias que colho onde não semeei e que recolho onde não espalhei. Devias, pois, Ter levado o meu dinheiro ao banco, e à minha volta, eu receberia com juros o que é meu. Tirai-lhe este talento e dai-o a quem tem dez. Dar-se-á ao que tem e terá em abundância. Mas ao que não tem tirar-se-á mesmo aquilo que julga ter. E a esse servo inútil, jogai-o nas trevas exteriores: ali haverá choro e ranger de dentes”.

 Embora tudo nos pareça diante dos olhos como problemas, dor e sofrimento, a nossa mente tem por obrigação de admitir a justiça divina. É partindo do princípio que Deus é Justo, Bom, Misericordioso e Sábio, que devemos embasar toda a nossa lógica racional. Se Deus é Justo, não nos faz injustiça. Se Deus é Bom, não irá admitir que seus filhos sofram pelo belo prazer da sorte. Se Deus é misericordioso, não deixará de estender mão socorredora àqueles que o imploram.

“Ele necessariamente tem todo o poder, toda a justiça, toda a bondade, sem o que não seria DEUS. Se é soberanamente bom e justo, não pode agir caprichosamente nem com parcialidade. Logo as vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois, que Deus é justo, justa há de ser essa causa. Isso o de que cada um deve bem compenetrar-se. Por estas palavras: Bem aventurados os aflitos, pois que serão consolados, Jesus aponta a compensação que hão de Ter os que sofrem e a resignação que leva o padecente a bendizer do sofrimento, como prelúdio da cura. Também podem estas palavras ser traduzidas assim: Deveis considerar-vos felizes por sofrerdes, visto que as dores deste mundo são o pagamento da dívida que as vossas passadas faltas vos fizeram contrair; suportadas pacientemente na terra, essas dores vos poupam séculos de sofrimentos na vida futura. Deveis pois sentir-vos felizes por reduzir Deus a vossa dívida, permitindo que a saldeis agora, o que vos garantirá a tranquilidade no porvir. O homem pode suavizar ou aumentar o amargor de suas provas, conforme o modo por que encare a vida terrena. Tanto mais sofre ele, quanto mais longa se lhe afigura a duração do sofrimento, Ora, aquele que a encara pelo prisma da vida espiritual apanha, num golpe de vista, a vida corpórea. Ele a vê como um ponto no infinito, compreende lhe a curteza e reconhece que este penoso momento terá presto passado. A certeza de um próximo futuro mais ditoso o sustenta e anima, longe de se queixar, agradece ao Céu as dores que o fazem avançar”. (Allan Kardec).

O que normalmente acontece é que não temos a sensibilidade de detectar de que forma Deus ouve nossas preces. Cabe aqui uma estória, muitas vezes repetida pela Senhora Marina Jobim, por muito tempo Presidente do Centro Espírita Caminho da Luz, tentarei reproduzi-la.

Há muitos e muitos anos, um profeta que vivia como andarilho, pregando em todos os povoados por onde passava. Certo dia em sua caminhada habitual, com seu companheiro inseparável, um cão.

O tempo começou a escurecer, formou-se um temporal muito grande. Muitos relâmpagos e trovões pressagiavam chuva abundante. O santo homem substituiu sua meditação constante por uma prece pedindo a Deus que o protegesse contra aquele cataclismo que se formava no céu.

Levantando os olhos percebeu logo adiante um buraco. Aproximou-se, mas não pode entrar, porque saia do buraco um enorme enxame de abelhas. Continuou sua caminhada e sua prece.

Já escurecia e o santo homem vê uma árvore muito grande e com um oco que poderia muito bem protegê-lo; ao aproximar-se, um raio caiu na árvore e rachou-a ao meio. Levantou os olhos ao céu e disse: “Pai porque não me ouves, toda a minha vida tenho dedicada ao ensinamento de tuas leis e agora que preciso, parece que todos os elementos da natureza se voltam contra min”.

Continuando sua caminhada, adiante chegou a um rio e ao tentar passar por uma pinguela, uma rajada de vento arrebentou o cabo que a sustentava. Já o céu estava todo fechado por grossas e negras nuvens.

Percebe ao longe cintilo de luz, como sinal de uma residência. Dirigiu-se para lá e ao bater à porta uma voz assustada lhe diz: “Vá embora, não o conhecemos e não temos lugar para ninguém”.

O profeta cabisbaixo afasta-se da casa e começa e juntar palha para fazer um abrigo e proteger-se da chuva. A seguir um grande trovão e um forte raio que caiu perto afugentaram o cão deixando-o sozinho. Depois de algum tempo, ouve um tropel de cavalos e vozes, e em seguida a casa ardia em chamas.

Pela manhã encontrou um pescador que lhe ofereceu um pedaço de pão, contou-lhe que a casa havia sido saqueada por um grupo de bandidos; do outro lado do rio, havia muita areia movediça, onde fatalmente o santo iria cair; a árvore era a toca de uma matilha de lobos e o buraco na terra era o ninho de cobras muito venenosas.

Quando o pescador acaba de contar-lhe esses fatos, o santo profeta ajoelha-se na terra e agradece a Deus por o haver protegido dos perigos, embora o tivesse deixando ao relento.

Nossa grande dificuldade é percebermos o atendimento de nossas preces. Nossas preces têm que se embasar de outras formas. Deus conhece todas as nossas necessidades com tal profundidade que levou Jesus a dizer: “Nem um fio de cabelo cairá de vossa cabeça sem que o Pai disso tome conhecimento”. Se Deus o sabe, porque continuar pedindo.

continua….

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