RCD110 – Raios ou Chamas
Raios ou Chamas
A vida é como, jogar uma bola na parede. Se for jogada uma bola verde, ela voltará verde; Se for jogada uma bola azul, ela voltará azul; Se a bola for jogada fraca, ela voltará fraca, Se a bola for jogada com força, ela voltará com força: Por isso, nunca “jogue uma bola na vida,” de forma que não esteja pronto para recebê-la.
A vida não dá nem empresta; Não se comove nem se apieda. Tudo quanto ela faz é: Retribuir e transferir aquilo que nós lhe oferecemos
– Albert Einstein –
Roberto Crema
Quando eu falo em espiritualidade, não estou me referindo a nenhuma igreja, a nenhuma religião particular, embora respeite todas. Refiro-me à espiritualidade como fazia Einstein, apontando para uma vivência cósmica, ou ainda Fritjof Capra, que denominou seu último livro de: “Pertencendo ao Universo” Espiritualidade é uma consciência não-dual, uma consciência de participação da parte no Todo, que na essência é o amor e que na prática é a solidariedade. Uma pessoa que despertou para essa dimensão espiritual é uma pessoa que não se vê separada do OUTRO, da Comunidade e do Universo. Eu pergunto: em sã consciência você colocaria fogo no seu corpo? Se você se sente não-separado do outro, você jogaria fogo em alguém que está dormindo num banco? E se você se sente não-separado da natureza, você iria empesteá-la, destruir ecossistemas por uma neurose de agora, testemunhamos o lado sombrio dessa religião do progresso a qualquer custo, progresso à custa da hecatombe? Você empestearia a natureza se você não se sentisse não-separado dela? Sem sombra de dúvida. Nestes últimos séculos temos investido de forma unilateral no mundo da matéria e os frutos são notáveis! Sintetizados na tecnociência maravilhosa que dispomos. A grande tragédia, entretanto é que não houve praticamente nenhum investimento significativo no mundo da subjetividade da alma, da ética, da consciência, da essência. O resultado encontra-se nos noticiários tristes e apocalípticos de cada dia. Escaladas de violência, guerras infindáveis. A exclusão desumana de uma maioria que morre de fome, extinção em massa de espécies. Rota da colisão do ser humano com a natureza e todo tipo de aplicações tecnológicas irresponsáveis. O investimento maciço na alma é a única estratégia que poderá viabilizar a perpetuação com qualidade e dignidade de nossa espécie. Antigas e esquecidas lições. “De que serve o mundo inteiro se você perdeu a sua alma”? Se você se perdeu de si mesmo? Se você esqueceu do Ser que lhe faz ser? Felizmente crise é também oportunidade de crescer evoluir. Gosto de confiar que o ser humano será a maior descoberta do Terceiro milênio.
PLV119 – Livro 3 – Diário, 26, 27/07/2010 PLV120 – Livro 3 – Diário, 28, 29/07/2010