Blog do Miguel Faccio

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PLV687 – Livro 6 – Diário, 26/04/2012

26/04/2012

AO PÉ DO FAROL

Os pais fazem dos filhos, involuntariamente, algo semelhante a eles. A isso denominam “educação”. Nenhuma mãe duvida, no fundo do coração, que ao ter seu filho pariu uma propriedade; nenhum pai discute o direito de submeter o filho aos seus conceitos e valorações” (Friedrich Nietzsche).

Li, certa vez que, ao pé do Farol, não há luz.

Mas, e o que dizer quando falamos não de uma proximidade geográfica, mas emocional, como na relação entre pai e filho, por exemplo? Somente hoje, distante de meu pai, vejo o suficiente para enxergar, com relativa nitidez, a luz de seu Farol e para compreender a liberdade acolhedora de seu amor que, à época, eu percebia como sufocante e limitador.

Foi preciso jogar-me ao mar, navegar nas ondas e intempéries daquilo a que chamamos vida, para vislumbrar não somente em que me tornei, mas também para reconhecer a segurança do porto de onde parti. Só assim pude entender não apenas o que hoje sou, mas de que raízes brotei.  Lembro-me de, quando jovem, ter dado a meu pai um livro do genial poeta Khalil Gibran. No capítulo “Dos Filhos”, Gibran escreve: “Vossos filhos não são vossos filhos. São filhos e filhas da ânsia da vida por si mesma“.

Eu, como todo jovem, clamava por liberdade. E, como jovem, ignorante e esquecido dos perigos do desconhecido, enxergava apenas o mar que à minha frente se expandia. Dar o livro a meu pai era como dizer a ele: “me deixa viver, me conceda a liberdade plena da experiência“.

Lembro-me que toda vez que discutíamos sobre liberdade, ele me falava dos perigos que a vida nos reserva. Mas eu, que estava ao pé do Farol, enxergava apenas a beleza do horizonte e meus olhos não percebiam a dureza do percurso…

Hoje sou pai.

Os filhos crescem, amadurecem, e percebo que, como muitos pais, continuam a tratá-los como se tivessem sempre a mesma idade, a mesma mentalidade, as mesmas fraquezas…

Como hoje eu entendo que, para aprender a navegar, precisamos desafiar os tormentos e as borrascas do mar, é chegada a hora de aceitar um dos inevitáveis desígnios da vida: se nossos filhos estão ao pé do Farol, eles só poderão ver a luz se entrarem mar adentro…

E o melhor que podemos fazer, é desejar-lhes boa viagem. E torcer para que carreguem consigo um pouco de suas raízes.

Acreditar que basta ter filhos para ser um pai é tão absurdo quanto acreditar que basta ter instrumentos para ser músico” (Mansur Chalita).

Os filhos são educados como se fossem ficar toda a vida filhos, sem nunca se pensar que eles se tornarão em pais” (August Strindberg).

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