Blog do Miguel Faccio

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RCD354 – Raios ou Chamas

 

Era de Aquário 

MINHA HISTÓRIA – POR JESUS SANANDA

continuação

Finalmente, como vocês tem conhecimento em suas histórias, fui de fato levado e posto na cruz. A coisa boa que tenho a lhes dizer é a seguinte: quando aquele dia fatal chegou, eu havia me colocado num tal ponto de consciência, que para mim tudo parecia ser um sonho. Vi as multidões a meu redor. Ouvi o choro de meus companheiros e daqueles com os quais crescera e que havia amado. Vi a confusão e o medo em meus seguidores. Fiz tudo o que pude naqueles últimos momentos para elevar minha energia o mais alto possível para perto de Deus.

Quando me pregaram na cruz, ouvi, como num sonho, o eco das marteladas e nada senti. Não experimentei a mínima dor. Era como se eu estivesse fora de meu do meu corpo e observasse aquele corpo pregado lá, com os cravos enterrados em seus tornozelos e pulsos. Não conseguia me relacionar com ele como se aquele corpo fosse o meu. Parecia uma caricatura minha.

Quando levantaram a cruz e a fixaram no pedestal, novamente eu parecia estar acima daquele corpo, sangrando e abatido, sem sentir nenhuma dor. Estava num estado de tamanha lucidez que conseguia ver claramente aquilo que o Pai me enviara para fazer. Eu sabia, embora às vezes fosse tentado a entrar numa consciência inferior e a julgar aquilo que acontecia ao meu redor, pois as pessoas me pareciam tão ilógicas, tão cruéis, tão ignorantes. Mas toda vez que sentia isso era arrastado para mais perto do meu corpo. Percebi que se permanecesse naquele estado de consciência, logo voltaria para aquele corpo e estaria experimentando a dor. Então, com muita concentração, mantive meus pranas, meus sopros vitais, na porção mais elevada de minha consciência.

Vivi A Minha Visão

Aquele momento parecia se situar fora do tempo. Não experimentei uma passagem de tempo. Por fim, senti um espasmo abrupto em minha forma física. E dentro de meu corpo sutil, como se eu houvesse estado num balão amarrado a ele e alguém soltado a corda, de repente me senti muito livre e percebi que o corpo morrera. De certo modo, senti-me aliviado, como vocês estariam, pois sabia que não estava mais preso àquela forma, e estava realmente livre.

Fiquei observando quando o corpo foi baixado da cruz e veio alguém, que eu amava muitíssimo e que vocês conhecem como José de Arimatéia, junto com minha amada mãe e outros, e levaram embora meu corpo, chorando. Senti-me muito pesaroso com a tristeza deles. Queria dizer a eles: “Não chorem por mim. Estou vivo. Estou bem. Não chorem. Fiz aquilo que fui chamado para fazer. Eu vivi a minha visão. O que mais se poderia pedir de mim?”

Fiquei olhando eles levarem o corpo e o colocarem na tumba, rolando uma grande pedra para fechar a entrada. Muitos profetas haviam falado de alguém que viria e romperia os grilhões da morte. Realmente, jamais pensei que fosse eu. Preciso lhes dizer a verdade. Nunca me ocorreu que os antigos profetas estivessem falando de minha vida.

Quem sou eu? Um simples rapaz judeu. Nada tenho de especial, uma visão, um sonho, algumas experiências do Pai. Mas percebi que estava rodeado por aqueles mesmos seres maravilhosos que haviam me visitado à noite, só que desta vez estavam me chamando por outro nome. Estavam dizendo que eu precisava me desincumbir de mais uma tarefa. Fiquei imaginando de que modo faria isso. E eles disseram: “Não tenha medo, estamos com você. Estaremos com você e o ajudaremos nessa grande incumbência. É que você; você foi escolhido para representar este grande mistério do futuro que está por vir.”

continua

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