Blog do Miguel Faccio

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RCD134 – Raios ou Chamas

 

AO PÉ DO FAROL

“Os pais fazem dos filhos, involuntariamente, algo semelhante a eles, a isso denominam “educação”, nenhuma mãe duvida, no fundo do coração, que ao ter seu filho pariu uma propriedade; nenhum pai discute o direito de submeter o filho aos seus conceitos e valorações.” (Friedrich Nietzsche)

Li, certa vez que, ao pé do Farol, não há luz.

Mas, e o que dizer, quando falamos não de uma proximidade geográfica, mas emocional, como na relação entre pai e  filho, por exemplo? Somente hoje, distante de meu pai, vejo o suficiente para enxergar, com relativa nitidez, a luz de seu Farol e para compreender a liberdade acolhedora de seu amor que, à época, eu percebia como sufocante e limitador.

Foi preciso jogar-me ao mar, navegar nas ondas e intempéries daquilo a que chamamos vida,       para vislumbrar não somente em que me tornei, mas também para reconhecer a segurança do porto de onde parti. Só assim pude entender não apenas o que hoje sou, mas de que raízes brotei…  Lembro-me de, quando jovem, ter dado a meu pai um livro do genial poeta Kahlil Gibran.  No capítulo “Dos Filhos”, Gibran escreve: “Vossos filhos não são vossos filhos. São filhos e filhas da ânsia da vida por si mesma”.

Eu, como todo jovem, clamava por liberdade. E, como jovem, ignorante e esquecido dos perigos do desconhecido,  enxergava apenas o mar que à minha frente se expandia. Dar o livro a meu pai era como dizer a ele:  “me deixa viver, me conceda a liberdade plena da experiência”.

Lembro que toda vez que discutíamos sobre liberdade  ele me falava dos perigos que a vida nos reserva. Mas eu, que estava ao pé do Farol, enxergava apenas a beleza do horizonte                              e meus olhos não percebiam a dureza do percurso…

Hoje sou pai.

Os filhos crescem, amadurecem, e percebo que, como muitos pais, continuo a tratá-los como se tivessem sempre a mesma idade,  a mesma mentalidade, as mesmas fraquezas…

Como hoje eu entendo que, para aprender a navegar,  precisamos desafiar os tormentos e as borrascas do mar,  é chegada a hora de aceitar um dos inevitáveis desígnios da vida: se nossos filhos estão ao pé do Farol, eles só poderão ver a luz se entrarem mar adentro…

E o melhor que podemos fazer, é desejar-lhes boa viagem. E torcer para que carreguem consigo um pouco de suas raízes.

“Acreditar que basta ter filhos para ser um pai é tão absurdo quanto acreditar que basta ter instrumentos para ser músico.”   (Mansour Chalita)

“Os filhos são educados como se fossem ficar toda a vida filhos,  sem nunca se pensar que eles se tornarão em pais.”  (August Strindberg)

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